INOVAÇÃO E ECONOMIA CIRCULAR
Reciclagem de calçados? Iniciativas inovadoras em um cenário desafiador
Programas inovadores de reciclagem e reutilização de calçados estão rompendo barreiras e gerando impacto positivo no Brasil.
A economia circular de calçados não é um desafio apenas no Brasil. De acordo com a Statista, uma plataforma especializada em coleta e visualização de dados, 95% dos 23,9 bilhões de pares de sapatos fabricados anualmente não são reciclados.
Nesse cenário, as iniciativas que se propõem a enfrentar esse desafio devem ser ainda mais valorizadas.
Por que a reciclagem de calçados é um desafio?
A complexidade na reciclagem dos calçados começa na variedade de materiais na sua composição. Os tênis, por exemplo, muitas vezes são uma mistura de materiais como couro, borracha, PVC, EVA e nylon.
Realizar a triagem desses materiais, separando cada um deles para que recebam a solução específica de reciclagem, é um processo que exige expertise e tecnologia específica.
Em um cenário onde os catadores e cooperativas de reciclagem são responsáveis por 90% da reciclagem no Brasil, é difícil imaginar que essas tecnologias estejam disponíveis em alta escala.
Por isso, as principais iniciativas de reciclagem de calçados partem de grandes marcas que possuem recursos e reconhecem sua responsabilidade pela circulação desses materiais.
Esse processo no qual uma marca coleta seus produtos pós consumo e viabiliza a sua reciclagem se chama Logística Reversa.
Além da dificuldade de separar os materiais, a composição de alguns deles é um desafio próprio para a reciclagem. Ainda assim, diversas iniciativas buscam fazer a diferença e contribuir para a reciclagem de calçados no Brasil.
Iniciativas inovadoras que fazem a diferença
Os principais agentes que permitem enfrentar o desafio da reciclagem de calçados são as grandes empresas, por meio de programas de Logística Reversa.
Investindo em tecnologia e parcerias estratégicas, essas marcas conseguem promover processos complexos de reaproveitamento que a cadeia comum da reciclagem não consegue.
Abaixo, conheça 3 tipos de soluções sustentáveis para reaproveitamento de calçados que a Trashin atua em conjunto com grandes marcas:
Economia circular de chinelos de borracha
Em parceria com uma grande marca com atuação internacional, a Trashin promove todas as etapas da economia circular de chinelos de borracha, um resíduo complexo que normalmente não é valorizado na cadeia de reciclagem comum.
O processo começa com a estratégia de coleta dos calçados, que é feita a partir de urnas personalizadas nas lojas da marca e cooperativas de reciclagem parceiras espalhadas pelo Brasil. Após as coletas, os chinelos passam por um processo de beneficiamento, que as transforma em uma espécie de “farelo” de borracha.
Este material pode ser transformado em novos produtos, como carteiras, bolsas, rodas e tatames, ou retornar como matéria–prima para o processo produtivo.
Reciclagem complexa de pares de tênis
Para contribuir com as metas de sustentabilidade de uma marca esportiva global, foi desenvolvido um estudo técnico detalhado para triar e reciclar pares de tênis.
Na solução desenvolvida, os tênis são coletados em urnas personalizadas nas lojas da marca e separados em 4 partes: sola, entressola palmilha e cabedal.
Cada uma das partes recebe o seu próprio destino correto. Alguns exemplos de produtos feitos com esses materiais reciclados são partes de novos calçados e tapetes ou passarelas.
Reaproveitamento de sapatilhas e sandálias
Outra forma ambientalmente aceita para reutilizar calçados é o coprocessamento. Calçados com alto nível de complexidade na sua composição pode ser reutilizados sendo revertidos em energia, uma solução comprovadamente mais sustentável do que o envio para os aterros sanitários.
Mensurando os impactos da reciclagem de calçados
Os programas de Logística Reversa de calçados com atuação da Trashin contam com um recurso muito valioso: a rastreabilidade total do processo.
Conectando todos os atores envolvidos na economia circular, cadastramos detalhadamente os volumes de cada tipo de resíduo coletado e reaproveitado, além de indicar quanta renda foi gerada para a cadeia da reciclagem e seus profissionais.
Esse sistema fornece dados valiosos para as marcas, que podem medir os impactos socioambientais das suas ações e tomar decisões estratégicas para atingir suas metas de sustentabilidade.
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