O que é Economia Circular?

O que é Economia Circular?

Todo mundo hoje em dia adora dar “pitaco” na economia – aliás, isso vem de muito tempo. Porém, pouca gente no Brasil ainda discute a chamada economia circular.

A economia circular é  um sistema que abrange diversos aspectos daquilo que vemos como responsável na produção, distribuição e consumo de produtos. A economia circular envolve muitos outros conceitos dos quais já ouvimos falar:

 

  • Reciclagem e ressignificação

  • Logística reversa

  • Coleta e destinação de resíduos

  • Consumo responsável

  • Eficiência na produção

  • Gestão de suprimentos

  • Responsabilidade sócio-ambiental


Bem, então isso quer dizer que a economia circular é a própria economia em si? Não, mas a verdade é que ela deveria ser.

Entendendo a Economia Circular

A primeira ideia que temos de nos fixar para compreender a economia circular é a noção de ciclo. Um ciclo é um sistema que se repete de tempos em tempos, partindo sempre de um ponto inicial e atingindo o mesmo ponto final, para começar tudo de novo.  Ou seja, o resultado final é, ao menos em parte, retornado e reutilizado no início do ciclo.

 

Num mundo ideal, seríamos capazes de reutilizar e reaproveitar absolutamente tudo aquilo que utilizamos. Mas como estamos distantes do ideal, isso nem sempre é possível. Por essa razão, a civilização – ao longo dos anos – criou sistemas capazes de recolher, processar e destinar os resíduos que são gerados..

 

O problema é que, em  muitos casos, os resíduos gerados na produção, acabavam sendo maiores do que os próprios produtos fabricados.. Assim sendo, em meados do século XX, algumas empresas iniciaram processos capazes de utilizar parte dos produtos consumidos ou, até mesmo, utilizá-los novamente, criando práticas de reuso e reciclagem.

 

Contudo, já nos anos 1990, isso se mostrou insuficiente. Além de reciclar parte dos materiais, começamos a criar mercados inteiros de produtos usados, ressignificados, gerando emprego e desenvolvendo setores econômicos inteiros nesse processo.

 

Finalmente, já nos dias atuais, indústrias e até mesmo exigências legais passaram a incluir o raciocínio da reutilização já na fase de criação dos produtos. Ou seja, quando uma empresa idealiza um novo produto ou serviço, já deve ter em mente como esses produtos poderão ser reaproveitados depois de consumidos.

Calma, vamos dar um exemplo

Fica mais fácil entender a economia circular quando lidamos com um exemplo do seu funcionamento. Como todo mundo parece usar latinhas de alumínio como exemplo, a Trashin vai fazer algo diferente: vamos falar sobre pneus.

 

Nos anos 1980, no Brasil, as dificuldades econômicas e de importação de produtos faziam com que muitos tivessem que “dar um jeito” quando pneus ficavam desgastados ou furavam. Todo mundo conhece os pneus “recauchutados”. 

 

Esse processo, feito em qualquer borracharia mais equipada, criava condições para pneus que seriam certamente jogados fora terem uma vida útil de mais alguns meses ou anos. Afinal de contas, a gestão dos pneus jogados fora é um terror: a borracha é altamente inflamável e os pneus ocupam muito espaço – o que transforma os aterros e pátios de descarte em bombas-relógio.

 

Por essa razão, toda uma indústria foi construída ao redor dos pneus – formando uma economia circular interessante:

 

  1. Já no design, os pneus foram aprimorados para gerar menos descarte e resíduos. Câmaras foram retiradas em muitos modelos, dando origem aos pneus radiais. Pneus novos hoje são pensados de forma a facilitar o reprocessamento mais à frente, para reutilização.

  2. Além da recauchutagem, outros processos mais avançados surgiram – como o recondicionamento e o “remold”. Pneus remoldados hoje são vendidos a preços quase tão bons quanto os novos.

  3. Para pneus específicos e caros, como aqueles usados em caminhões e carretas, há empresas especializadas na produção de bandas. Ou seja – quando os pneus ficam gastos, o caminhoneiro pode apenas substituir a banda de rodagem desses pneus (com a recapagem), economizando dinheiro e, ao mesmo tempo, diminuindo consideravelmente o volume de borracha que iria para o descarte.

  4. Mesmo para aqueles pneus que não têm salvação, a economia circular criou destinações criativas, como tapetes e tatames para parques infantis, centros de treinamento e até aquela academia onde você treina crossfit.

Essa economia circular não acontece apenas em pneus – ela vem sendo adotada por muitos setores da economia e tem criado mais opções para o consumidor, mais negócios para a indústria e oportunidades para os que trabalham nas várias etapas desse processo.

Como faço a minha parte?

Reciclando! Sim, essa é uma boa forma de começar a sua jornada dentro da economia circular. Porém, há muitas outras maneiras de participar nisso e, certamente, ganhar algo também.

 

Garantir a separação daquilo que pode ser reciclado de outros rejeitos, como restos de alimentos, por exemplo, é hoje o modo mais simples de contribuirmos para o sucesso da economia circular.

 

Um ponto muito importante da economia circular é a possibilidade de recuperar valor. Com isso, queremos dizer que quando algo que você usou ou possui chegou ao final da vida útil para você, ou mesmo está prestes a ser substituído, ainda possui algum valor.

 

Na economia circular, você aprende a recuperar esse valor. Quer outro exemplo prático, mas que raramente é visto como economia circular? Mercado Livre, OLX e outros mercados virtuais. Exato: esses pontos de revenda de usados são essenciais para a economia circular. Eles garantem não apenas que produtos que eventualmente seriam descartados voltem a ser utilizados, mas permitem que você crie valor a partir daquilo que jogaria fora.

 

Viu só? Assim dá gosto entender um pouco mais sobre economia, não é mesmo? Para incentivar a mudança de comportamento, queremos terminar propondo a você um pequeno exercício. Sempre que for descartar um produto ou algo que possui, pense em formas de manter ou criar valor, antes mesmo de reciclar:

 

  • Há como reutilizar esse produto, ainda que de outro modo?

  • Parte dele pode ser “desmontada”, para criar uma utilização diferente?

  • É possível vender esse produto? Alguém gostaria de comprá-lo?

  • Esse produto pode ser doado para alguém ou alguma instituição? É capaz de criar benefícios para outras pessoas?

  • Há pontos específicos para descarte ou devolução desse produto?

  • E, claro, se nenhuma dessas perguntas deu uma “luz”, é possível reciclar o produto ou parte dele?

Não há como errar – faça sempre essas perguntas e você irá em pouco tempo descobrir que foi “pego” pela onda da economia circular. E, claro, acompanhe nosso blog – aqui você vai aprender muito, mas muito mais sobre isso.

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