Lixo na praia: consequências e soluções
O descarte de lixo na praia acarreta em diversas consequências socioambientais. Felizmente, já existem iniciativas que visam combater e diminuir esse mau hábito de descarte.
Com o aumento da temperatura é comum que cada vez mais pessoas busquem aproveitar uma das maiores riquezas naturais do Brasil, seus quase 7,5 mil quilômetros de costa litorânea. Entretanto, esse maior movimento nos locais vem acarretando em um grave problema ambiental e social: o descarte de lixo na praia.
Somente após a noite de Réveillon 2021/22 do Rio de Janeiro, a prefeitura da capital carioca recolheu cerca de 320 toneladas de resíduos deixados na areia.
Por isso, é importante debater esse assunto que, infelizmente, ainda é uma realidade muito presente em todo nosso litoral.
Poluição plástica dos mares e oceanos
Uma pesquisa feita pelo Instituto Oceanográfico da USP (IO/USP) revelou que mais de 95% do lixo encontrado nas praias brasileiras é composto de plástico. Dessa forma, estima-se que cerca de 8,8 milhões de toneladas de lixo plástico acabam nos oceanos do planeta todos os anos.
Esses números ficam ainda mais preocupantes quando sabemos o quão demorada e poluente é a decomposição do plástico. Enquanto se decompõe, esse material se transforma em partículas minúsculas – microplásticos – que entram na cadeia alimentar dos peixes e dos animais marinhos e podem chegar ao organismo dos seres humanos.
Além disso, ainda baseado na pesquisa pelo IO/USP, estima-se que 80% dos plásticos em oceanos tenham origem terrestre. Estes resíduos chegam até o local principalmente pela gestão inadequada do lixo urbano e das atividades econômicas (indústria, comércio e serviços), portuárias e de turismo.
Vale apontar também que os 20% restantes têm origem nos próprios oceanos, gerados pelas atividades pesqueiras, mergulho recreativo, pesca submarina e turismo, como os cruzeiros, por exemplo.
Quem já está executando ações de mudança no cenário?
Já existem diversas ações pelo mundo que buscam educar, instruir e executar ações relacionadas ao descarte correto dos resíduos. É o caso da Trashin, por exemplo, que trabalha com estratégias de gestão de resíduos e logística reversa para empresas.
Contudo, existem ações mais focadas para o combate do descarte de lixo nas praias, como as que mostraremos mais detalhadamente a seguir.
Iniciativa em Vila Velha: do reaproveitamento ao descarte correto
A cidade de Vila Velha, no Espírito Santo, estabeleceu um projeto piloto visando sensibilizar a respeito do descarte incorreto de lixo nas praias.
Através do reaproveitamento de latas, o projeto possibilita que os banhistas e frequentadores da praia tenham uma lixeira portátil enquanto aproveitam o ambiente
Assim, ao sair, a lata com resíduos é devolvida ao ponto de retirada – que também é feito com madeiras recicladas vindo dos caminhões cata móveis da Secretaria Municipal de Obras (SeMOb) -, para que assim sejam destinadas corretamente.
A iniciativa ocorreu em 2020 durante algumas semanas, da Praia da Costa até a Ponta da Fruta e contou com 15 pontos de retirada da lixeira portátil. Isso possibilitou que, além dos resíduos não ficarem pela praia, que fossem encaminhados corretamente para seu destino final, garantindo assim que itens recicláveis fossem reciclados de fato.
Onda verde
O projeto Onda Verde é uma iniciativa realizada pela ONG Esmeralda, criada em 2017 como uma forma de promover a consciência ambiental por meio da coleta de lixo nas praias.
Para isso, além dos seis fundadores da ONG, é necessária a ajuda da população local, que vem se comprometendo há 5 anos em organizar um mutirão de voluntários todo o último domingo do mês para a coleta de resíduos na praia de Ubatuba, litoral de São Paulo.
No perfil da ONG no Instagram é possível acompanhar o “Lixômetro” com a quantidade de resíduos coletados durante o projeto, além de um link para se voluntariar para o próximo mutirão.
Parceiros do Mar
A organização Parceiros do Mar teve seu início devido a uma consequência fatal em decorrência da poluição da água por artefatos derivados da pesca clandestina local. Na ocasião, Renata Turra Grechinski surfava com amigos na Barra do Saí – PR e enroscou o leash de sua prancha no artefato, o que resultou em seu falecimento no dia 2 de fevereiro de 2012.
A partir daí, foi criada a ONG Parceiros do Mar, procurando alimentar sua história com ações pela preservação da biodiversidade litorânea e segurança dos frequentadores do litoral.
Assim, a organização promove mutirões de limpeza das praias, projetos sociais e eventos beneficentes com a ajuda de voluntários e parceiros pelo litoral do Paraná.
Lixo na praia também impacta negativamente a sociedade
Para começar a falar do impacto social negativo que o descarte de lixo nas praias vem acarretando, é importante trazer mais alguns números.
Segundo dados apresentados em 2015, o Brasil ocupa a 16° posição no ranking de países que mais poluem os mares. A pesquisa realizada nos EUA aponta que todo ano são lançados entre 70 mil e 190 mil toneladas de lixo – em sua maioria, plástico – no litoral do país.
Agora, pensando no viés social, se a grande maioria desses resíduos são plásticos, todos seriam passíveis de reciclagem. Dessa forma, é possível entender o por que apenas 3% desses itens passam pelo processo de reaproveitamento, sendo que pelo menos 30% teriam potencial para tal.
Esse descarte incorreto acarreta no não reaproveitamento do material, que também traz outra consequência: todos esses resíduos passariam por cooperativas de reciclagem e gerariam renda para pessoas que dependem dessa atividade.
Ou seja, além de contribuir para poluição da praia, mares e oceanos, o descarte incorreto nas praias prejudica os animais marinhos e, ainda, deixa de gerar renda para quem precisa.
Como a Trashin transforma o lixo na praia em soluções?
É exatamente através dessas cooperativas que a Trashin consegue transformar esses resíduos em soluções para a indústria e pessoas. Todavia, para que isso aconteça é extremamente necessário, primeiramente, o descarte correto de todos materiais pós consumo.
Além disso, as ações de gestão de resíduos e logística reversa pensada especificamente para necessidade de cada empresa, juntamente com as parcerias estratégicas com cooperativas e operações em mais de 10 estados no Brasil são essenciais.
Dessa forma, além de pensar em soluções baseadas na economia circular, nossa cleantech vai desde a educação de descarte até a destinação correta, garantindo que o resíduo seja reciclado ou volte para o fabricante com o intuito de ser reutilizado.
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